domingo, 2 de janeiro de 2011

Dia 12/12/2010 – Domingo / BANZEIRANDO – Uma Jornada Teatral pelos Rios da Amazônia / Diário de bordo e terra


Dia de comemorar o feito na cidade, churrascada, música e muita pescaria e banho no rio Aripuanã. Povo teatreiro se divertiu muito neste dia escaldante. Baixaram uma bóia do teto do barco e subiram uns oito marmanjos. Pareciam náufragos do teatro de voadeira. Enquanto isso o comandante havia mandado aos empregados lavarem a embarcação por fora, uma escovação danada ficou brilhando o casco. Dia todo nesta função, uma escovada e um mergulho.
A Anelise veio me contar que durante a noite um senhor, ao saber da nossa presença e função nesta cidade, veio conversar com eles sobre a questão das hidrelétricas. Esta é uma questão pouco abordada pela população ribeirinha. Este senhor que faz parte de uma empresa de energia disse que o povo anda meio descontente, mas tardiamente, pois já concordaram na construção das duas hidrelétricas em troca das promessas de emprego, que na verdade poucas se efetivaram. Mas esquecem da questão do impacto ambiental que causarão, desde a seca do rio até a dificuldade de sustentabilidade de muitas cidades do Madeira e afluentes. A previsão de inauguração da primeira será no final de 2011. Disse este senhor que seria muito importante falarmos destas questões com nosso público. Mas entendemos que este assunto é muito delicado para um grupo chegar, indagar, discutir e depois partir tendo ficado poucas horas na localidade. Mas na medida do possível conversamos com os moradores por onde passamos.
Chegada a hora da nossa apresentação São Pedro resolveu tomar a cena com um leve chuvisqueiro que depois de engrossar voltou a diminuir, mas foi o suficiente para tomarmos a cena na praça com um cortejo. A apresentação foi tão boa e de grande participação de público que se alongou com improvisos de todos. Na seqüência veio a Guadalupe de Monteserrat, esmerilhou com suas piadas e histórias. No final agradecemos a acolhida sublime da cidade e também do comércio ali próximo, que o Chicão havia conversado para baixar o volume (ensurdecedor) e o proprietário achou melhor desligar, que maravilha. Após fomos para o barco, na manhã seguinte partiremos para cidade de Borba.

Vamo que vamo!!


Márcio Silveira dos Santos
Grupo Teatral Manjericão

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